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A mostrar mensagens de maio, 2016

Boundaries II

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Foto de Weather Witten https://www.facebook.com/heatherwhittenphotography/posts/10154233751958274:0 http://ionline.sapo.pt/511028 A polémica estalou quando o facebook censurou a publicação desta foto. Aparentemente houve reacções de choque. O que veio a seguir foram as reacções de apoio. Não contarei a história, que podem ler nos links, mas resumidamente, um pai tenta consolar o seu filho doente, com diarreia, vómitos e febre persistentes, e a mãe fotografa e publica no seu facebook.  Reprodução The Barefoot Mum - foto de Kelli Banister http://www.paisefilhos.com.br/pais/foto-e-desabafo-viralizam-ao-mostrar-um-dos-lados-dificeis-da-maternidade/ Um cenário semelhante, mas aqui uma mãe com a sua filha doente, a foto é tirada pelo filho de 5 anos e a mãe publica no seu facebook. A empresa não censura, os comentários são todos de apoio.  Tanta coisa para reflectir... A segunda ideia que tive fez-me lembrar de uma foto da minha infância. A foto foi tirada quan

Boundaries I

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Foto de Weather Witten https://www.facebook.com/heatherwhittenphotography/posts/10154233751958274:0 http://ionline.sapo.pt/511028 A polémica estalou quando o facebook censurou a publicação desta foto. Aparentemente houve reacções de choque. O que veio a seguir foram as reacções de apoio. Não contarei a história, que podem ler nos links, mas resumidamente, um pai tenta consolar o seu filho doente, com diarreia, vómitos e febre persistentes, e a mãe fotografa e publica no seu facebook. Reprodução The Barefoot Mum - foto de Kelli Banister http://www.paisefilhos.com.br/pais/foto-e-desabafo-viralizam-ao-mostrar-um-dos-lados-dificeis-da-maternidade/ Um cenário semelhante, mas aqui uma mãe com a sua filha doente, a foto é tirada pelo filho de 5 anos e a mãe publica no seu facebook. A empresa não censura, os comentários são todos de apoio. Tanta coisa para reflectir... A primeira, a nossa reacção instintiva diferente às duas fotos. A foto da mãe "encaixa"

Separação dos pais do Francisco

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A prova Era Uma Vez apresenta o início de uma história e pede à criança para inventar a sua continuação. Uma das histórias tem o pai e a mãe a discutir. Francisco (nome fictício), 7 anos, tem os pais separados. Conta a seguinte história: "Como o menino percebeu que os pais estavam muito zangados um com o outro, tentou impedir os pais mas os pais disseram 'Deixa os pais tratarem do assunto'. Mas depois o menino começou a chorar muito e depois de tanta choradeira e tanta discussão os pais tiveram um acordo e o pai disse o acordo ao menino e ficou tudo bem. Depois o menino foi ver bonecos e descansado que os pais não estavam a discutir e iam fazer uma coisa muito boa." A separação dos pais é sempre um momento de crise e de perda. Mas quando os adultos "tratam do assunto" e arranjam "um acordo", é possível reorganizar a vida. Francisco é um menino vivo, conversador, com sentido de humor e boa capacidade de aprendizagem na escola. Francisco pas

A lésbica (?)

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A Antónia (nome fictício) é lésbica. Tem à volta dos 60 anos e teve a sorte, rara na sua geração, de ter uma família que sempre aceitou, sem qualquer problema, esta parte da sua identidade. Antónia procurou apoio psicológico porque não estava bem. A sua relação terminou, teve problemas de saúde que a deixaram incapacitada, sente dificuldade em refazer a sua vida. A Antónia é lésbica mas isso não é o mais importante nas nossas conversas. O importante é a relação terapêutica que estabelecemos e que permite que o trabalho terapêutico avance. A sua homossexualidade é importante como pano de fundo, como são muitas outras coisas que me ajudam a construir o mosaico da estrutura do seu psiquismo. Na boca de cena, o dia-a-dia, o passado próximo que a roubou de tanto, as dúvidas sobre o futuro, o medo de arriscar outra relação. Nas nossas conversas, a Antónia não é a lésbica - a Antónia é a Antónia, na sua maravilhosa e humana complexidade. Nas suas palavras: "as pessoas às vezes não a

Explicar a psicologia a crianças

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Fui à escola do meu filho falar sobre o que faço profissionalmente. Preparava-me para ter de explicar como é que se produzem mudanças pela brincadeira ou pela conversa. Mas não. Parece que essa é dúvida de adultos e não de crianças. Gostei particularmente de quando disse que o psicólogos não podem dar consultas aos familiares e amigos, e um menino diz "Mas a minha psicóloga é minha amiga!" Perguntei se já era amiga antes de ser psicóloga dele, ele disse que não, e eu acrescentei que então isso era bom, porque convém nós nos sentirmos bem com o nosso psicólogo. Noutro tom, mais de um menino disse estar muito preocupado com os pais que se separaram, ou que eles e os familiares ficaram tristes quando alguém morreu. O melhor de tudo foi a aceitação de que isto de ir ao psicólogo é uma coisa normal, que todos nós podemos precisar. Muito mudou desde que entrei na faculdade, em 1992, altura em que algumas pessoas ainda reagiam com um misto de desconfiança e