Máscaras


Imagem roubada do facebook da Catarina Cardoso.


Será depressão ou adaptação? Será vergonha ou salvaguarda da intimidade? Hipocrisia? Mecanismo de defesa? Falsidade? Mentira? É coisa dos outros ou de todos nós?

Tenho vindo a perceber que as pessoas-verdade são fáceis de identificar. Essas são diferentes das outras todas que fazem um esforço maior ou menor para viver todos os dias à vista do mundo. Acho que a maioria de nós é assim mais ou menos. As nossas máscaras são mais ou menos transparentes. Escolhemos onde podemos mostrar mais, onde temos de "ser" alguma coisa, avaliamos o que esperam de nós. As pessoas-verdade não. São aquilo e pronto. Não estou a falar das pessoas honesto-agressivas, as que dizem o que pensam na cara, porque são muito directas, com grande orgulho empunhado tal revólver. As pessoas-verdade não agridem. Podem também não agradar, mas habitualmente não criam anti-corpos. Porque tenho para mim que não sou a única a identificar as pessoas-verdade. Acho que toda a gente as vê. 

Como as pessoas-máscara também se vêem facilmente. Parece que falta lá alguma coisa atrás da cara. Já me aconteceu mais do que uma vez, ver mães-máscara, de quem começo por não gostar na primeira consulta, que na segunda consulta mostram um pouco da sua verdade e eu passo a vê-las como humanas e consigo trabalhar com elas. Porque as reconheço. As pessoas-máscara não criam empatia. Podem ser simpáticas, mas não há ponte humana. Se pudermos, não lhes ligamos. 

Quando conhecemos a nossa cara e as nossas máscaras, vivemos a nossa verdade, mesmo que a não mostremos ao mundo todo. Temos o direito de escolher onde largar as máscaras, soltar lágrimas e gargalhadas. A prisão é a não escolha. 

Comentários

  1. Uma grande verdade ... Existem muitas pessoas que nunca se chegam a conhecer apenas conhecem as mascaras que usam ...

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